(ARTIGO)
Um dos mais relevantes fatos da política contemporânea pode ser considerado, paradoxalmente, um fato não-político: o advento do Marketing Eleitoral.
De fato, marketing é uma concepção que vem “de fora da política”.
Sua origem e natureza concertam-se com o mercado e a economia modernos – seu habitat natural.
É no mercado – e para o mercado – que as sociedades industrializadas e de consumo do século XX, ditas “de massa”, criam o marketing como técnica ad hoc para gerir as suas novas realidades macrodimensionadas – tudo nelas é grande e complexo e exige novas formas de gestão de escala.
Os eleitorados massivos, em tais sociedades – por imperativo de analogia – vão exigir o mesmo instrumental para serem operacionalizados.
É assim que o marketing se associa à política: para atender a uma necessidade histórico-social. A chamado, não por intromissão.
Você pode apreciar ou detestar o Marketing Eleitoral. O que você não pode é ignorá-lo. Para melhor aproveitá-lo. Para melhor combatê-lo.
Como quiser.
Referência
PACHECO, Cid.
Dia em que o marketing chegou na política e ficou _ O.
Rio de Janeiro: NUMARK/ECO/UFRJ/ Instituto CPMS Comunicação, 2007.