Corria o ano de 1971. Lula Viera, diretor de criação e Francisco “Chico” Socorro, diretor de atendimento da agência carioca JMM – que tinha a conta do Banco Nacional – me convocam para um briefing. Era sobre o lançamento do Cartão Nacional, um cartão de crédito igual a todos os concorrentes, com uma pequena “diferença competitiva”: teria a foto do usuário (depois de lançado, esse detalhe revelou-se um pesadelo logístico).
Prazo para a criação da campanha, como sempre, pra ontem… Na JMM a gente já trabalhava num “mesão” Eu numa ponta, o Lula Vieira na outra.. Diante de mim uma Olivetti, uma desafiante folha em branco e aqueles envelopes pardos dos jobs. Atrás, uma lousa (quadro negro) onde a gente escrevia lembretes e muitas bobagens. Lá pelas 4 da tarde peguei o giz e escrevi um conceito que tinha explodido na minha cabeça minutos antes: “Dinheiro com retrato do dono.”
De repente, entra na sala o Cid Pacheco, nosso chefe e guru. Olhou para a lousa, passou a mão no queixo e soltou o grito: – “Isso é Claude Hopkins!”. Eu, que nunca sequer tinha ouvido falar do cidadão, fiquei pasmo e assustado. Que grande cagada teria feito? Cid continuou, feliz: “Menino, você achou, você achou o conceito”.
No dia seguinte, logo cedo, fui à livraria comprar “A Ciência da Propaganda” – que li de ponta a ponta enquanto o Marcelo Martinez, diretor de arte, marcava o layouts.
O jingle da campanha foi composto por Marcos e Paulo Sérgio Valle, autores de incontáveis sucessos como Preciso aprender a ser só, Viola Enluarada, Samba de Verão e vários temas de novelas da Globo.
http://www.sinaprosc.com.br/tudo-comunica/isso-e-claude-hopkins-.html