Consumidor
SERPA, Marcelo H. N. Propaganda e interdisciplinaridade. V. Pós defesa. Rio de Janeiro: UFRJ, 2001. 179 p. Dissertação (Mestrado)
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No Brasil há um exemplo interessante que é a estrutura do briefing – hoje clássico – da DPZ (uma das maiores agências publicitárias do Brasil) que em seu formulário básico de trabalho, refere-se ao consumidor-alvo e não ao público-alvo.
O consumidor é um estado específico do ser humano, não um estado normal. O núcleo consumidor integra a personalidade do cidadão. Não é a sua única faceta. Nem é o cidadão inteiro. É, entretanto, a faceta com a qual a propaganda se comunica, e em função da qual a propaganda existe.
Ou como lembra Cid Pacheco em suas aulas, citando Hilman:
“A propaganda é um processo de projeção endopsíquica do desejo, de essência onírica, fantasiosa, de evasão do real através da sua substituição pelo real psíquico, como já lembrava Hilman” (Pacheco, 1999).
Seu mecanismo imperativo é o da projeção – a projeção do que se deseja para si. A projeção do que se deseja vir a ser – não do que se é, de fato.
O mecanismo, portanto, é psicológico e o objetivo é predispor para a compra através da projeção endopsíquica do desejo.